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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Outra quarta nebulosa - Karina Aiko



Outra quarta nebulosa. Mais um dia pedindo por proveitos. Murilo se colocaria a vaguear pelo Bosque Esmeralda e se atiraria no compromisso de observar a natureza que se instaurava ali, diante de seus olhos. Já diziam certos artistas que quando a natureza só pode nos provocar o desinteresse, é porque no íntimo, perdemos o interesse sobre nós mesmos. Sobre a humanidade. Quiçá, pelo existir. 

Murilo era até bom ouvinte. Adorava escutar o roçar das folhagens e quando passava fitando algum cenário por muito tempo, quase o via pulsar, respirando uma espécie de ritmo mole. Desta vez, brincaria com as pedras, atirando-as contra uma parede peluda de musgos. Parece característico do humano querer observar como o seu corpo afeta o circundante, mesmo quando a ação vem de uma ordem destrutiva.

Em uma das propulsões, devolve-se estalo metálico.
Mas é um estalo que reflete, tratando de cutucar os pés de Murmúrio. O acontecimento lhe intriga. Aproximando-se da parede, cerra a mão e lhe dá um "toc toc", como o faria em qualquer porta de visita. E esta lhe responde. A camada peluda encobriria uma porta metálica com as inscrições N A S A, envoltas num círculo gigantesco e azul. 
Tomado por agressivas doses de curiosidade, ele precisa atravessar a porta[...]

Ela reservaria em seu interior, um laboratório que penderia para as mesmas tonalidades de um cético branco. Máquinas, conservas, aparelhagens, lâminas, e toda a parafernália futurística que não fazia parte da vivência ou do entendimento de Murilo.

Um instrumento cilíndrico figurado no espaço central fisga os olhares e o toque de Murilo, da mesma forma que um tronco de árvore exausto o faria. O objeto aponta para o céu. A sua intuição pede pra olhar. Murilo não entende muito bem o que as lentes exibem, mas percorre o Universo todo, que é condensado em seu globo ocular. As imagens são da mesma ordem dos sonhos e  Murilo se vê vacilar. Recorda-se que nos sonhos não nos queixamos de explicação.

A luneta astronômica passa a almejar a esfera branca, o corpo que parecia fazer emanar brilho de si para afirmar existência. Murilo tinha diante de si
a Lua...

O ponto branco e perfeito que sempre admirou por distâncias respeitáveis.


Ela carregava em si, todas as imperfeições que ganhava do tempo. Do mestre cruel e vilanesco que era o tempo...


Karina Aiko Nakata

 
Desenho em papel molhado de café. Caneta esferográfica, lápis de cor, tinta nanquim. 

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

VIAGEM ESPACIAL E PORTAL DO TEMPO


Fotografias realizadas pelos acadêmicos Lucas Men Benatti, Odonias Santos de Souza Junior e Rafael Carvalho de Almeida tomando como referência o filme de ficção científica Interstellar (2014), produção anglo-americana dirigida por Christopher Nolan, que conta a história de astronautas que viajam através de um buraco de minhoca à procura de um novo lar para a humanidade, visto que a Terra está passando por um processo de destruição e logo se tornará inabitável para a raça humana.


































domingo, 9 de outubro de 2016

SOBRE O TEMPO: DE GALILEU À REALIDADE VIRTUAL (PARTE 4 - VIAGEM NO TEMPO)

Produção realizada para a disciplina de Arte e Ciência: Diálogos Interdisciplinares II - Turma I - 2016 - Josimari Fabri, Heloísa Real, Bruna Cardoso
(Caneta nankin sobre papel envelhecido/café - A4).






segunda-feira, 3 de outubro de 2016

DOS EVENTUAIS PASSEIOS NO BOSQUE



Em um de seus passeios quartafeiriunos no bosque, Murilo-murmúrio Rosário encontrou um pássaro petrificado no bosque. Sua comoção em frente ao pássaro fez com que ele o levasse para casa para tentar salvá-lo. Em vão fora a tentativa de Murilo em reviver o pássaro, então, procurando um lado positivo diante da situação, Murilo resolveu abri-lo por curiosidade.
Ao abrir o pássaro, o choque: um objeto de metal atravessado em seu peito, com suas entranhas entrelaçadas . Outro ponto intrigante era uma espécia de cristal encontrado em seu bico. Murilo então resolveu ilustrar o que seus olhos viam.


Ilustração de pássaro petrificado encontrado por Murilo.
Passeriformes (estudo em lápis HB sobre papel A4). 

Após retratar o pássaro (chamado por ele de Passeriformes petrificada), Murilo se viu curioso pelo objeto misterioso que se encontrava na barriga da ave, resolveu retirá-lo e estudá-lo. Percebeu que havia uma peça central rígida rodeada por anéis e vários jogos de contrapeso. Nosso caro amigo murmúrio resolveu chamá-lo de Giroscópio. Curiosamente, Murilo tinha prazer em retratar objetos utilizando pena e tinta. Este objeto em particular o intrigava muito e, no fundo de seu coração, Murilo-murmúrio sentia  que o giroscópio poderia servir para alguma coisa.

Ilustração do Giroscópio encontrado no Passeriformes petrificada (caneta nanquim sobre papel A4).


Os alunos Flávia, Arthur, Aron e Karina seguem na produção narrativa do Livro da Natureza de Murilo-murmúrio. Uma poesia visual e visão externa de Murilo, desenhada por Arthur Bivanco mostra um pouco sobre sua personalidade e o mundo em que vive.


Murilo e a ampulheta (caneta nanquim, aquarela e posca sobre canson A4).

terça-feira, 16 de agosto de 2016

LIVRO DA NATUREZA WICCANO



A  proposta para esse semestre era a criação de um Livro da Natureza, um livro que – como o próprio nome já diz – tivesse a história toda a natureza. Nosso grupo decidiu partir da Wicca – uma religião neopagã – para recontar essas histórias, pois assim poderíamos focar a relação da Natureza com o feminino, representado através da Deusa, dentro dessa religião. O livro ainda está em desenvolvimento.


O primeiro capítulo traz a história do universo, iniciamos mostrando a relação da lua com o universo aristotélico e após isso começamos a relacionar a lua com a Deusa, sendo aquela a representação da Grande Mãe. O segundo capítulo traz a história do tempo, a contagem do tempo através dos ciclos da Lua, falando o ciclo menstrual da mulher, citando os rituais e celebrações da Antiga religião, etc.  


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

TADUS



Tadus é uma distopia atemporal. Sua narrativa não busca encontrar um rumo estabelecido, o desenrolar de sua história segue pelos encontros metafóricos que versam sobre a ciência e a arte. Sem buscar um fim, Tadus nos apresenta a vida de diferentes sujeitos inscritos em realidades compartilhadas em um mesmo tempo, mas distantes em suas vivências. Pensado para compor o Livro da Natureza, Tadus é uma obra que apresenta a brutalidade das relações socais e seus jogos de força e poder, a complexidade da psique humana e os (re)arranjos entre a matéria visível e os segredos universais. O conceito e execução da obra são de autoria dos acadêmicos Lucas Men Benatti, Odonias Souza de Santos Junior e Rafael Carvalho de Almeida.



Obs. copie e cole os links em seu navegador para acessar os documentos.


LEIA UM TRECHO:

"[...] O homem que matou a morte, diziam. O homem que controla o tempo, diziam. Ponderei sobre o tempo. Inapreensível. Incompreensível. Tantas formas de medi-lo foram criadas pelos homens... Mas nenhuma regra parecia-me dar conta de sua totalidade... Tempo. Duração. Medir o tempo pela vida. Quanto tempo vivemos mesmo? De tempos remotos tantas foram às concepções adotadas pelos homens... Falhas? Desvios? Pensou naqueles que vivem abaixo da terra. Sabia deles... Sabia que abaixo de seus pés havia vida... Eram como insetos. Pobres coitados... Talvez fosse melhor permanecerem no subsolo mesmo... Cigarras passam sete anos enterradas... Quando conseguem vir à superfície e viver, sair de sua casca... Morrem em menos de um mês... Sete anos para um mês..."

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

DOS EVENTUAIS PASSEIOS NO BOSQUE



Aron, Arthur, Flávia e Karina, do 3º ano do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual de Maringá – UEM, engajam-se na disciplina de Arte e Ciência: Diálogos Interdisciplinares I, ministrada pelo Professor Dr. Marcos Cesar Danhoni, para a composição do Livro da Natureza.  


O protagonista atende (afetivamente) por Murilo-murmúrio. Filho único da família abastada dos Rosário, se vê desde a idade tenra, amigável à esfera erma. Todas as manhãs de quarta, sai a andarilhar pelo bosque. 
Mal fazia ideia que um desses eventos transmutá-lo-ia por completo... 


O Livro da Natureza concede autoria aos quatro acadêmicos que, variavelmente, configuram a complexidade íntegra de Murilo. Percorrendo os estados existencial, filosófico, científico, m(i)acrocosmical e poético, buscam exprimir os testemunhos dessa estranha natureza [...]


 Registros de Murilo (Canetas esferográficas, nanquim e lápis de cor em papel embebedado de café) 
Texto e ilustrações por Karina Aiko Nakata

terça-feira, 9 de agosto de 2016

SOBRE O TEMPO: DE GALILEU À REALIDADE VIRTUAL (PARTE 3 - VISÃO)


Produção realizada para a disciplina de Arte e Ciência: Diálogos Interdisciplinares I 
(Turma I - 2016 - Josimari, Heloísa, Bruna)





segunda-feira, 8 de agosto de 2016

SOBRE O TEMPO: DE GALILEU À REALIDADE VIRTUAL (PARTE 2 - TEMPO)

Produção realizada para a disciplina de Arte e Ciência: Diálogos Interdisciplinares I 
(Turma I - 2016 - Josimari, Heloísa, Bruna)