Desenvolvimento
histórico da técnica da anamorfose segundo Figueiredo:
A anamorfose foi inventada na China e
levada para a Itália na época Renascentista. Segundo LIMA (2006), “A arte da
anamorfose teve origem a aproximadamente há 700 anos na China”. Primeiramente
ela foi vista como uma forma de perspectiva, pois sua montagem é feita de um
ponto de vista, depois foi identificada como Anamorfose. O trabalho mais antigo
que se destaca como exemplo foi a pintura de Leonardo da Vinci, Leonardo's Eye
(1485), no período Renascentista, onde visto de frente não se identifica a
figura, mas colocando-o em um certo ponto de vista, consegue-se perceber a
pintura de um olho, com suas pálpebras e sobrancelhas. Leonardo foi quem
difundiu a técnica da anamorfose denominada oblíqua.
Já no ano de 1533 foi pintado o quadro
mais famoso que aplica a Anamorfose, Os Embaixadores de Hans Holbein,
que foi posicionado no topo de uma escada de um castelo, somente enquanto
subia-se a escada tinha-se a visão de um crânio, assim que se chegava ao topo,
enxergava-se a figura de duas pessoas bem vestidas e a caveira não era vista.
Conforme o desenrolar dos tempos,
foram se identificando diferentes formas e técnicas de execução da anamorfose.
Primeiramente havia a anamorfose de perspectiva, que se realizava no
Renascimento (século XV), logo no Barroco (século XVII) foi amplamente
difundida a técnica trompe l'oeil, integrando objetos arquitetônicos com
uma ilusão. Essa técnica foi utilizada, principalmente em igrejas, onde o teto
era plano, mas passava a impressão de ser uma extensão das paredes até o céu.
Pode-se dizer que a técnica trompe l'oeil esteve em uso desde o período
Grego e Romano, onde se utilizava esta pintura como forma de aumentar os
cômodos das casas.
Desde o início de sua utilização, a
anamorfose era representada com diversos objetivos. Nos tempos antigos, entre
século XVI e XVII, eram usadas para se transmitir mensagens pornográficas,
políticas, cenas de magia e caricaturas. Em períodos de guerra, foi utilizada
para mensagens secretas. Também se usou em jogos infantis, nos séculos XVIII e
XIX. Hoje, usa-se muito na representação visual, como uma forma curiosa da
leitura de imagens (figura 02), usa-se em pinturas, decorações, propagandas,
quadros, desenhos, na arquitetura e urbanismo, nas artes plásticas entre
outros.
Atualmente há muitos artistas que utilizam a Anamorfose
para seus trabalhos. Alguns pintores aliam esta arte à publicidade, como Julian
Beever, que faz suas pinturas nas calçadas com temas comerciais, passando-se a
impressão que a imagem está em alto relevo. Felice Varine utiliza o espaço
arquitetônico como suporte para suas pinturas, criando objetos e espaços
inexistentes. Kelly M. Houle faz uso da arte do espelho cônico e cilíndrico. Já
Shigeo Fukuda utiliza a anamorfose nas sombras que suas esculturas formam.
Referência
FIGUEIREDO,
Cintia D. Correia; SANTOS, Claudemilson; Oficina de Anamorfose: Uma nova
forma de aprendizagem. OMINIA HUMANAS v.2, n.2, p.50-59, 2009.
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