Em nossa disciplina Arte e Ciência – Diálogos
Interdisciplinares I, foram apresentadas algumas obras em que esse diálogo
entre ciência e arte pôde ser percebido e averiguado. Dentre as representações
das obras mostradas estava "An experiment of a pump of
air" (1768), do artista Joseph Wright of Derby, a qual escolhi para fazer
uma produção de releitura proposta em aula.
Na obra de Joseph Wright, é ilustrada uma cena familiar em que as pessoas ali reunidas assistem a um experimento científico associado à pressão do ar. Nesta demonstração, assiste-se uma cacatua branca que foi fechada viva em um grande frasco de vidro e o ar deste está sendo extraído, para criar vácuo. O experimento tinha como objetivo demonstrar o efeito da privação do ar sobre criaturas vivas. O momento representado é a decisão do cientista, que está no centro da pintura, olhando diretamente para o espectador, parecendo empolgado, no auge de sua demonstração, entre reintroduzir o ar no frasco ou deixar a ave, já agonizante, morrer. Nota-se que o pintor pretendia enfatizar a onipotência do cientista, pois este estava no controle da situação, a decisão de devolver ou não a vida à ave pertencia a ele. E essa dúvida aumenta a dramaticidade da cena que é assistida com diversos semblantes que parecem reproduzir a multiplicidade de sentimentos causados pelas conquistas científicas da época: temor, indiferença, esperança, consternação e poder diante dos novos tempos.
Na obra de Joseph Wright, é ilustrada uma cena familiar em que as pessoas ali reunidas assistem a um experimento científico associado à pressão do ar. Nesta demonstração, assiste-se uma cacatua branca que foi fechada viva em um grande frasco de vidro e o ar deste está sendo extraído, para criar vácuo. O experimento tinha como objetivo demonstrar o efeito da privação do ar sobre criaturas vivas. O momento representado é a decisão do cientista, que está no centro da pintura, olhando diretamente para o espectador, parecendo empolgado, no auge de sua demonstração, entre reintroduzir o ar no frasco ou deixar a ave, já agonizante, morrer. Nota-se que o pintor pretendia enfatizar a onipotência do cientista, pois este estava no controle da situação, a decisão de devolver ou não a vida à ave pertencia a ele. E essa dúvida aumenta a dramaticidade da cena que é assistida com diversos semblantes que parecem reproduzir a multiplicidade de sentimentos causados pelas conquistas científicas da época: temor, indiferença, esperança, consternação e poder diante dos novos tempos.
Levando
em conta a cena retratada, optei por fazer uma inversão. Agora, na releitura, não
é mais o cientista que está no controle da situação, mas sim as cacatuas. Alguns
dos pássaros estão atônitos, outros entristecidos com a situação (como as
crianças retratadas na obra original), e uns indiferentes. O cientista está
vendado e preso em uma redoma circular de vidro pendurada no teto. O homem não
sabe o que acontecerá a ele. Na ilustração não foram retratados mecanismos que
controlem o ar do frasco, pois a intenção não é tirar a vida do cientista (pelo
menos não pela falta de oxigênio), mas deixá-lo ali preso, na agonia de não
saber o que lhe irá suceder.
Foram representados também o luar na janela, e a fonte luminosa que estavam
presentes na obra original.
"As Cacatuas" Maria Giulia Pinel Caramaschi (2013) |
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