Epifania: manifestação de algo, aparição. Epifania pode ser considerado como um pensamento iluminado, solucionando as frustrações e angústias.
Foi essa sensação que tivemos quando terminamos o trabalho. Um livro “epifânico”. Um livro que surge como uma luz no final do túnel. Um livro preenchido de desgostos e angústias. Em suma, um livro traçado pelos nossos problemas, pelas nossas preocupações, tanto como estudantes como enquanto cidadãos.
A ideia de se fazer um livro da natureza implica em falar de natureza. Mesmo considerando a mulher parte dela, como um indivíduo que tem suas necessidades para se viver e que essas necessidades advém do corpo físico, que por sua vez é natural, não conseguimos desenvolver uma relação que ultrapassasse isso. Então vem uma das preocupações em relação a isso, como colocar na nossa história as projeções de realidade virtual e teorias do espaço-tempo?
Outras preocupações, desgostos, angústias foram se apresentando ao longo do ano em relação a política, educação e direitos humanos. Até mesmo em círculos menos abertos as preocupações não acabavam, como questões relacionadas a universidades. A vida virou um tumultuo: tivemos greve, tivemos aula na greve, tivemos ocupação, tivemos ações nas ocupações. Todas as possibilidades de tentar solucionar os nossos problemas reais foram feitas e nenhuma delas surgia efeito. E o livro estagnado estava.
A solução veio como uma brincadeira, um descarrego, colocar na história todas as questões que estavam nos incomodando. Percebemos então que o livro continua a ser sobre a natureza, não aquela natureza natural idealizada do começo, mas sim uma natureza social. Assim, encerramos um trabalho subvertendo o principal objetivo, criando uma narrativa que conseguisse comportar todas as nossas inseguranças em relação a nossa sociedade, tentando dialogar com as teorias, contos e histórias passados em sala.
O livro retrata essa mudança, no início a história sobre uma Deusa ainda aparece – colorida, mostrando nosso ânimo com o projeto de desenvolver um livro – enquanto no final, as cores somem, dando lugar a uma distopia inacabada – em preto, branco e prata, sem graça – que instiga o leito a imaginar uma continuação ou, simplesmente, aceitar o fim, como nós aceitamos. O futuro depende do agora e estamos fazendo o que com ele? Kepler pode ser real e não precisa de outro planeta pra isso.
Alunos: Camila Mellado, Gustavo Barrionuevo, Milena Silva, Jennifer Silva e Renata Hannay.
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