Caro leitor,
Após termos feito anteriormente, uma breve leitura de imagem da releitura que fizemos da obra "An experiment of a pump of air" (1768), do artista Joseph Wright of Derby, Essa obra é considerada uma das mais famosas cenas "à luz de velas" de Joseph Wright of Derby. Ela foi criada durante um período de intensa atividade científica na Europa do século XVIII. Era comum nessa época, cientistas viajarem com seus equipamentos e realizarem demonstrações em casas nos campos. E no presente momento, faremos uma análise mais detalhada da representação da obra, pegando os mesmos detalhes que usamos em nossa releitura:como a cacatua, alguém abrindo a cortina e a mesa com os instrumentos, e, estabelecer relações de alguns elementos que estão presentes na representação da obra de Derby e também na dos “Os embaixadores” (1533), de Hans Holbein.
Após termos feito anteriormente, uma breve leitura de imagem da releitura que fizemos da obra "An experiment of a pump of air" (1768), do artista Joseph Wright of Derby, Essa obra é considerada uma das mais famosas cenas "à luz de velas" de Joseph Wright of Derby. Ela foi criada durante um período de intensa atividade científica na Europa do século XVIII. Era comum nessa época, cientistas viajarem com seus equipamentos e realizarem demonstrações em casas nos campos. E no presente momento, faremos uma análise mais detalhada da representação da obra, pegando os mesmos detalhes que usamos em nossa releitura:como a cacatua, alguém abrindo a cortina e a mesa com os instrumentos, e, estabelecer relações de alguns elementos que estão presentes na representação da obra de Derby e também na dos “Os embaixadores” (1533), de Hans Holbein.
Destacamos, então, em partes, os elementos a serem analisados:
A primeira imagem a analisarmos, é a cacatua dentro da bomba de ar. Na representação do quadro observamos uma reunião científica noturna, uma vez que, ao fundo as cortinas da janela estão abertas, e no céu, um pouco escondida pelas nuvens, podemos observar a lua cheia. Diante disso, concluímos que, tal representação seria uma homenagem que o pintor Joseph Wright presta aos membros da Sociedade Lunar de sua época, que tem como assunto principal, a demonstração das propriedades do ar.
A representação da obra retrata um estudioso da natureza, James Ferguson executando experimentos associados à pressão do ar. Ao centro da pintura, Ferguson manipula uma bomba de vácuo, constituída por uma estrutura de madeira com duas colunas cercando dois pistões metálicos e um braço articulado.
O braço se conecta a uma alavanca com a qual se executa o bombeamento de ar pelos pistões e ao lado dessa estrutura, há uma coluna de madeira que sustenta um enorme globo de vidro, visto que, em seu interior há um pássaro, exótico para a região, e identificado como uma cacatua. Na obra de Wright, a bomba de vácuo surge, ao lado de seu operador, como elemento soberano a dominar a cena.
Diante disso, com um olhar convidativo, o estudioso da natureza tem em suas mãos o poder sobre a vida e a morte. Visto que, o controle da quantidade de ar disponível ao pássaro e a decisão sobre a vida do mesmo, é ditada por James Ferguson e por seu instrumento.
Além disso, observamos que os diversos semblantes das pessoas representadas no quadro, parecem reproduzir a multiplicidade de sentimentos causados pelas conquistas científicas da época: temor, esperança e poder diante dos novos tempos.
A fim de substituir parte da bomba de ar, utilizamos uma esfera de plasma. A esfera de plasma é um objeto que é constituído por uma esfera de vidro que contém um gás em baixa pressão e por um eletrodo central de alta voltagem. Várias descargas elétricas são ativadas e provocam a ionização de alguns átomos de gás. Quando esses átomos voltam ao estado normal eles emitem luz. Quando uma pessoa toca a esfera de plasma ela passa a ser um condutor e é por esse motivo que há uma iluminação em direção à mão da pessoa, pois ela agora induz e conduz a corrente elétrica.
A segunda parte, é a cortina aberta. Analisando o fragmento da releitura onde se encontra uma senhora na parte direita, percebe-se que ela faz referência ao jovem da representação da obra. Tanto na representação da obra como na releitura eles estão próximos às janelas. Na releitura, a senhora faz gestos de estar abrindo as cortinas para iluminar o local do experimento, pois se fez necessário a iluminação natural. Já na representação da obra, o jovem segura uma corda com a qual pode içar uma gaiola, pois percebe que o cientista já tinha provado o que podia acontecer pela falta do ar, e que provavelmente a Cacatua ainda estivesse viva, portanto, o jovem não está abrindo as cortinas da janela, pois já estão abertas. No céu, pode-se avistar a lua cheia escondida pelas nuvens. Entende-se na representação da obra que não tenha sido preciso a iluminação advinda da lua cheia, mas apenas da luz de velas. Como dito, anteriormente, o registro da lua foi talvez uma homenagem que Derby prestou aos membros da Sociedade Lunar de sua época que, com suas reuniões noturnas, já antecipavam os encontros científicos tão comuns nos dias de hoje.
A Sociedade Lunar foi um clube de discussão e sociedade científica informal composta por importantes industrialistas, filósofos naturais e intelectuais que se reuniam regularmente na cidade de Birmingham, Inglaterra, entre os anos de 1765 e 1813. Inicialmente, era denominada de Círculo Lunar até que em 1775 ganhou o nome de Sociedade Lunar. Esse título remete ao fato de seus membros reunirem-se somente nos períodos de lua cheia, quando a maior luminosidade tornava o regresso para casa mais fácil e seguro em caso de ausência de iluminação pública.
A terceira imagem recortada, é da caveira que está presente nas duas obras. Na representação da obra O Experimento com uma Bomba de Ar, de Joseph Wright of Derby, à direita do quadro, encontra-se um homem de perfil, pensativo iluminado de forma sutil. A maior parte de seu corpo está na escuridão e ele aparece alheio ao que acontece no centro da cena. Seu olhar se dirige a outro ponto - uma caveira dentro do jarro, que funciona como um lembrete para a morte.
Já na representação da obra Os Embaixadores de Hans Holbein, a caveira humana apresenta-se de forma anamórfica. O aspecto representativo desta forma só é possível de ser percebido subliminarmente, por meio de uma visão periférica, olhando-a obliquamente. A caveira nesta obra simboliza o mesmo que na representação da obra O Experimento com uma Bomba de Ar, a finitude da vida.
Recorte: Chih Wei Chiang
A quarta, e a última imagem, é dos instrumentos científicos ou astronômicos presentes nas duas obras também. Na obra “Os embaixadores” de Hans Holbein, o Jovem, são representados instrumentos de aferição de uso importante na época.
A pintura retrata instrumentos diversos, como o relógio solar poliédrico, que aparece também em outra pintura do artista, que retrata Nicholas Kratzer, renomado construtor de instrumentos astronômicos de sua época. Na referida pintura, o habilidoso construtor é representado com o instrumento em mãos, tendo próximas as ferramentas utilizadas na confecção do mesmo.
Também aparece a escala de um relógio solar equatorial, que consiste de um semicírculo em madeira com graduações inscritas nas bordas. Aparece próxima à figura de Georges de Selve. Usado para determinar a posição dos astros, e produzir conversões entre coordenadas equatoriais e eclípticas. O relógio solar cilíndrico, ou relógio dos pastores, também aparece sobre a prateleira.
A esfera celeste, parcialmente oculta pelo braço de Jean de Dinteville, em cuja superfície estão desenhadas as constelações. Na parte inferior, junto a instrumentos musicais, aparece a esfera terrestre. A pintura de Holbein evidencia não somente a importância científico-técnológica destes instrumentos na sociedade, mas o estatuto estético alcançado pelos mesmos, devido ao aprimoramento, observado no período, na confecção destes objetos.
A pintura retrata instrumentos diversos, como o relógio solar poliédrico, que aparece também em outra pintura do artista, que retrata Nicholas Kratzer, renomado construtor de instrumentos astronômicos de sua época. Na referida pintura, o habilidoso construtor é representado com o instrumento em mãos, tendo próximas as ferramentas utilizadas na confecção do mesmo.
Também aparece a escala de um relógio solar equatorial, que consiste de um semicírculo em madeira com graduações inscritas nas bordas. Aparece próxima à figura de Georges de Selve. Usado para determinar a posição dos astros, e produzir conversões entre coordenadas equatoriais e eclípticas. O relógio solar cilíndrico, ou relógio dos pastores, também aparece sobre a prateleira.
A esfera celeste, parcialmente oculta pelo braço de Jean de Dinteville, em cuja superfície estão desenhadas as constelações. Na parte inferior, junto a instrumentos musicais, aparece a esfera terrestre. A pintura de Holbein evidencia não somente a importância científico-técnológica destes instrumentos na sociedade, mas o estatuto estético alcançado pelos mesmos, devido ao aprimoramento, observado no período, na confecção destes objetos.
REFERÊNCIAS
Conheça o experimento com uma bomba de ar, de Joseph Wright of Derby.
Disponível em: <http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/05/07/927546/conheca-experimento-com-uma-bomba-ar-joseph-wright-of-derby.html>.
Acesso em: 27 abr. 2013.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=lYEwg7beYC4>.
Acesso em: 27 abr. 2013
Disponível em: <http://www.sundialsoc.org.uk/Glossary/alpha-t.htm>.
Acesso em: 26 abr. 2013.
Disponível em: <http://www.latec.ufrj.br/revistas/index.php?journal=ensinodeciencias&page=article&op=view&path%5B%5D=245>.
Acesso em: 28 abr. 2013.
Disponível em: <https://www.mar.mil.br/dhn/bhmn/download/cap17.pdf>.
Acesso em: 28 abr. 2013.
Os
embaixadores. Disponível em: <http://www.casthalia.com.br/a_mansao/obras/holbein_embaixadores.htm>.
Acesso em 27 abr. 2013.
Representação de Temas Científicos
em Pintura do Século XVIII. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_3/06-HQ-0808.pdf>.
Acesso em 27 abr. 2013.
Representação de Temas Científicos em Pintura do Século
XVIII: Um Estudo Interdisciplinar entre Química, História e Arte.
Química nova na escola. Vol. 31, N° 3, AGOSTO 2009. Disponível
em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_3/06-HQ-0808.pdf>.
Acesso
em: 28 abr. 2013.
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