Autor: Guilherme Dias
A obra aqui descrita, feita em nanquim e lápis aquarela, conjuga elementos de outras produções artísticas apresentadas e analisadas, que retratam cenas com objetos e eventos científicos, para compor novas relações simbólicas, ao jogar com os objetos científicos retratados nas obras tomadas como referência.
As formas do volume representado baseiam-se
nas formas das faces do relógio solar poliédrico, instrumento de aferição
astronômica, retratado nas duas pinturas de Holbein, o Moço.
Essas formas inscrevem, na
parte superior da imagem, uma campânula, retirada da pintura de Derby (O experimento com uma bomba de ar),
dentro da qual está confinado um anjo, em lugar da ave, e que, como criatura
celestial simboliza o universo da Fé, e aparece como se estivesse perdendo o
equilíbrio dentro da redoma cristalina que o envolve. Sinaliza o modo como, no
percurso cientifico, o homem esbarra com as questões do sagrado, com os
preceitos religiosos.
Na parte inferior da imagem,
há uma alusão ao modelo do sistema solar copernicano, e no centro do qual é representado o sol, com a imagem de um crânio (elemento da pintura de Holbein Os embaixadores),
metaforizando a morte, a finitude das coisas existentes, da vida, posta ao
centro das questões da própria existência, assim como está o sol na
organização/esquema do sistema planetário.
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