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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Distorções - Visibilidade e legibilidade do sexo feminino

   Por séculos o prazer feminino foi um embate para o conhecimento científico, a mulher adquiriu uma função sexual que se reduzia, até pouco tempo, à reprodução e ao dar prazer (não recebe-lo). Enquanto o clitóris era ignorado, bem como sua função única de, se estimulado, gerar prazer. Esta historicidade corrobora com a teoria de Freud de que a menina tem inveja do pênis, como é citado no documentário Clitóris, prazer proibido (2003) - a baixo - pela urologista Helen O’Connell, que discorda, justificando que o pênis e a vagina têm a mesma formação anatômica, porém, a vagina teve menos visualidade e legibilidade no campo dos estudos e do diálogo comum, ficando, muitas vezes, negligenciada. Desta forma, dá-se a importância da visualidade do órgão genital feminino, e a quebra deste paradigma estabelecido, que nos nega a compreensão de que ambos os sexos partem do mesma base anatômica no processo de formação.

    Seguindo este princípio, a experimentação do desenho anamórfico possibilitou uma produção que desse visualidade à vagina, distorcendo suas formas e buscando uma analogia com a distorção de suas funções ao longo dos séculos, bem como a herança desta pratica na atualidade. Visto, ainda, que o termo anamorfose tem origem grega, significando uma reformação, algo sem forma definida ou deformado. Este conceito pode-se aplicar tanto na pratica quanto na teoria em diversos campos.
      Quando o desenho é colocado diante do espelho convexo é possível ver a sua forma natural, que não mais àquela distorcida por conceitos ou crenças, uma vez que tal negligência também sofre grande influência religiosa. Desta forma, trago outra referência para a produção, que se trata da música Clitóris (1991), do grupo Titãs - a baixo - a musica cita a genitália feminina estabelecendo uma relação de sagrado e profano, incitando as ideias formadas sobre este assunto ao longo do tempo, que tornou-o um tabu, e critica a repressão sexual que as mulheres sofreram, e ainda sofrem.
  Este trabalho trata-se de um ensaio preliminar, um esboço para a próxima proposta de produção, que deverá seguir esta mesma linha de raciocínio, e buscar esclarecer as ideias entre sexualidade e anamorfose no plano de três dimensões.


REFERÊNCIAS:


Documentário – Clitóris, prazer proibido (2003) 



Titãs – Clitóris (1991)

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