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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Releitura: Experimento com uma bomba de qualquer coisa

A partir de análises e discussões sobre a temática das relações entre arte e ciência e obras que permitem evidenciar tal relação, como o quadro "Experiment with a bird in a pump of air" de Joseph Wright of Derby, foi produzida a seguinte imagem, intitulada Experimento com uma bomba de qualquer coisa:


P.H. Cavallari.
Experimento com uma bomba de qualquer coisa.
Nanquim sobre papel 90g.


   O óculo da percepção humana é o caminho para o tubo de ensaio que é seu espírito/mente. A ciência está e sempre estará fadada à infinita atividade descritiva do infinito que é o mundo vivido. Jovem arte produtora de obras que primeiro parecem anedotas, depois tragédias depois comédias, depois meras fábulas pois vêm (surgem) novas anedotas, tragédias, comédias, fábulas, anedotas... a ciência, como diria o filósofo Maurice Merleau-Ponty, "sobrevoa" o mundo sem verdadeiramente penetrá-lo[1].
   A condição humana vidente conduz este elemento da cultura, que é a ciência contemporânea, ao mesmo desejo humano de ver. Por meio de seus aparelhos perceptivos o homem experiencia o mundo a todo momento e neste "experimento de tudo ou qualquer coisa", realiza genuinamente o que a ciência deseja explicar e inutilmente esgotar.

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1 M. Merleau-Ponty. L'oeil et l'espirit. Paris: Gallimard, 1961.

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