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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

O PORTAL

FINAL

Francesco seguiu impaciente para a biblioteca da casa, seguido por Bruno. Ficaram horas e horas procurando pistas que pudessem ajudar livros que pudessem dar informações. A noite caiu, quando o jovem ligou o lustre, um livro que estava no ultimo andar da estante emanou um forte reflexo, o jovem subiu em uma cadeira e alcançou o livro. Foleando as paginas, fitando tudo quase sem piscar.
- Achamos, Achamos! -Gritou o jovem.
- O que encontrou exatamente?
- Vamos por partes, o labirinto veio acompanhado de rascunhos que teoricamente foram produzidos por Rodin, quando criou a “Porta do inferno” e todas as suas possíveis variações, então, provavelmente deve ter alguma relação com a localização que o labirinto guarda. As cores, segundo a alquimia, variam entre cores diurnas, que são em sua essência positivas e as cores noturnas, que são frias e negativas, então, enxergo como se fosse um confronto, além disso, alguns pesquisadores antigos, atribuem a cor azul para representar Deus Pai, a cor vermelha para representar o Filho, e por fim, o amarelo representando toda a Santíssima Trindade. Também acredito, pela linha de raciocínio que venho tecendo, que essa esfera, guarda em seu interior, enxofre, que é uma das substancias químicas mais abundantes em vulcões, e também, considerada abundante no inferno.  Eu não sei exatamente onde isso vai dar, meu amigo, mas juntando a relutância do vaticano com essas informações que acredito estarem corretas, deve-se tratar de algo religioso, que a igreja católica não quer que seja encontrado. Mas para ter certeza, preciso decifrar essa escrita, você está exausto Bruno, descanse um pouco.
- Sua inteligência as vezes me espanta, vou me deitar mas pode me chamar a qualquer momento que precisar.
Ao continuar foleando o livro, o jovem historiador, encontrou uma página que não pertencia ao exemplar, solta. Provavelmente, Arthur a colocou ali prevendo que algo poderia lhe acontecer. Era um alfabeto primitivo, hebraico, que provavelmente, deu origem ao nosso alfabeto atual. Arthur transcreveu a frase do labirinto e chegou ao resultado
“ Nem tudo que é bom deve ser encarado, o que foi escondido e enterrado não deve ser encontrado, existe muito entre a luz e a sombra”.
A escrita deixou o jovem intrigado, ele pegou então uma vela, e foi girando o labirinto, até que viu refletir alguns números bastante pequenos “37°58′N 58°20′E” , correu então ao mapa, as coordenadas indicavam a capital de um pais localizado na Ásia Central, Francesco então, se lembrou que corriam boatos de que uma cratera de fogo se abriu no deserto e que muitos acreditavam ser a porta do inferno.
Ao amanhecer, o jovem providenciou o transporte e comunicou a seu amigo todas as descobertas feitas durante a madrugada. O bispo, surpreso com a agilidade do menino, se organizou para a viajem. Após mais de um mês, os dois chegaram ao deserto, Francesco havia convidado seu irmão, que estava estudando na Ásia para acompanhar a missão. Depois de sofridas caminhadas, os três finalmente chegaram até a cratera, ela era enorme, aproximadamente 70 m de diâmetro, vendo de tão perto, era impossível não acreditar que se tratava do próprio inferno. Perto da cratera havia alguns galhos secos e retorcidos, Francesco não compreendeu muito bem como eles foram parar ali, ou como resistiram a tanto tempo, uma vez que com a abertura da cratera, o terreno se tornou ainda mais complicado para a vegetação. Os três se sentaram nos galhos para descansar, no entanto, com o peso eles cederam, Bruno caiu de cotovelos, que doeram ao bater em algo extremamente rígido.
- Meninos, tem algo aqui além de areia.
Os jovens jogaram os restos de galhos para o lado e começaram a passar a mão, de modo a tentar afastar a areia. Para a surpresa de todos, era um alçapão. Como estava fechado a muito tempo, foi difícil e demorado para conseguir abri-lo. Quando finalmente conseguiram, o conteúdo era inacreditável. O alçapão guardava uma das portas de Rodin, uma que aparentemente nunca havia sido vista, era toda de mármore, linda, forte, imponente.  Junto com ela havia um envelope, ao abrir, mais surpresa ainda, um decimo nível do inferno de Dante, a qual a porta se referia. O perdão.
- É obvio, mesmo se tratando apenas de uma obra de arte e literal, isso poderia instigar uma serie de questionamentos e até revoltas da prole. A igreja perderia toda a renda vinda das indulgencias e seria ainda mais questionada por todos os métodos utilizados no decorrer do século, principalmente na idade média. Além disso, as pessoas iam achar que não precisariam mais do intermédio da igreja para atingir o divino.
- Faz bastante sentido Dom Bruno, mas o que faremos agora? Obviamente o Vaticano não tem interesse em expor esta descoberta.
- Eu sei Francensco, tenho amigos na Galeria Uffizi, é um dos museus mais antigos da Europa, eles tem poder o suficiente e provavelmente interesse, para não se importar com a crise que pode causar. Com toda certeza vão arrumar uma forma de buscar a porta e os envelopes, enquanto isso ficaremos na cidade.

Um ano e meio depois, finalmente, a porta foi resgatada e exposta no museu. A igreja fez o que podia para evitar a exposição pública das obras, mas de nada adiantou. Depois disso realmente, as ofertas de dizimo diminuíram e o Vaticano perdeu grande numero de fieis, Dom Bruno se aposentou, afastando-se das pessoas que queriam lhe fazer mal, ele e Francesco foram contratados pelo museu e seguem suas pesquisas a fim de concluir novas descobertas.



Acadêmicas: Ana Ribeiro e Natália Tiemi

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