Capítulo V
A escultura em sua
totalidade é composta por 6 peças, 5 disposta em meia lua e 1 (cristo) se
encontra no centro. Elas descobriram que nas figuras dos guerreiros em meia lua
havia gravado microscopicamente em seus chapéus as seguintes letras: B U R G S
respectivamente em ordem da direita para a esquerda. Na figura central, onde
foi encontrado o mapa, elas identificaram o símbolo que representa o masculino,
um triângulo.
Depois de um longo período de tempo consultando livros,
documentos da igreja, Sol, Joana e Rômulo percebem que as letras gravadas nos
guerreiros não aparecem no nome do escultor que os criaram, sendo assim, eles
suspeitam que é possível que a obra fosse esculpida por esse BURGS. Ao se
voltar para documentos históricos do artista Aleijadinho, Joana descobre que
ele fez um número surpreendente de obras durante sua vida, um número quase que
impossível, e depois de fazer uma análise estéticas das esculturas do
aleijadinho com A Flagelação ela realmente conclui que tal obra muito
provavelmente não é a de Aleijadinho.
Ao verificar documentos da época colonial, Sol e Joana
descobrem um registro do navio de Visconde de Nassau, que veio pra o Brasil por
volta de 1637, no qual havia os nomes dos tripulantes, entre eles além do
artista Eckhout, veio também um um jovem de 18 anos chamado Rutger Van Buregis.
Buregis, mesmo sendo holandês, durante sua estadia no Brasil
voltou-se para a função da classe carmelita, além da jesuítica. Mesmo que a
primeira estivesse mais voltada para as freiras, Buregis também agia no meio,
porém com objetivos distintos: ele trazia crianças e adolescentes órfãos da
Europa e os submetiam à ação de uma seita, com um número consideravelmente
grande de padres atuantes, que acreditavam e pregavam alcançar a salvação
divina por meio do estupro de seres espontâneos e inocentes: as crianças,
reforçada desde as primeiras iniciativas de colonização e invasão dos
territórios das Américas.
Tais crianças
frequentemente eram fruto de relações entre padres europeus e fiéis por
estupros ocorridos nas cidades, bem como relações extraconjugais. Deixadas às
ruas ou em conventos, algumas eram assassinadas, outras morriam por desnutrição
e doenças diversas, e dentre as que sobreviviam algumas eram recolhidas para
serem levadas para as colônias.
O uso do corpo como
intermédio do divino e humano é presente em diversas crenças, mas o cunho
sexual é entendido como tabu na religião cristã sob um plano geral, uma vez que
o sexo existe para procriação. No entanto, a linha é difusa quando se tratam de
situações não-oficiais, e quaisquer iniciativas de aliciação e abuso, se
ocorrem, ficam debaixo dos panos. Ao final do século XV e início do século XVI,
com a perda do controle da população ocasionado pelos movimentos de reformas
religiosas que ascendem em voz e força (culminando na reforma de Lutero) e os
desdobramentos renascentistas, um grupo dentro do clero preocupa-se com as
formas de persuasão possíveis para recuperar o poder que se dissolve.
Considerando o momento frágil, ao invés de manter as práticas ritualísticas que
funcionariam bem dentro dos séculos da Idade Média, decidem por experimentar a
validade de tais práticas em suas colônias quando chegam as informações da
descoberta de um novo continente.
No Brasil, já bem
estruturada e dominante, em 1658 foi realizado um documento com toda a corte
jesuítica, instituindo a prática pedofílica e o uso do estupro como componente
essencial para o alcance da santidade e salvação divina através das relações
sexuais. Tal celebração foi realizada na missão jesuítica que ficava à margem
do Rio Tibagi, no atual estado do Paraná.
Este grupo, sendo descoberto pelos católicos portugueses
presentes em terras brasileiras, foi perseguido e caçado, porém nunca
exterminado. Em uma fuga, em 1662, acredita-se que Buregs enterrou o documento
protegido por uma caixa de pau-brasil em terras paranaenses, próxima da região
onde fica a bacia do rio Tibagi. Nesta fuga ele foi morto pelos padres
portugueses.
A seita aumentou ao passar dos anos, no entanto - tomou
forma e visibilidade, sendo apresentada como nova religião em meados dos anos
1960 sob o nome de Filhos de Deus, possuindo devotos em diversos países até
hoje e sendo considerada oficialmente como Seita pelo FBI.
Depois de terem descoberto essa narrativa, Sol, Rômulo e
Joana logo associaram as letras BURGS como uma homenagem feita por um seguidor
para Rutger Van Buregis, e a representação símbolo masculino que remete ao
falo. Elas estavam com o mapa que levava ao possível paradeiro do
documento.
Sendo assim o trio começa a correr contra o tempo para
decifrar os símbolos do mapa e achar o possível paradeiro da caixa escondida.
Desenrolando todos os mistérios que o mapa contem e
sobrevivendo à todas as torturas, elas descobrem que o mapa se encontra
enterrado na região onde foi fundada, em 1969, a Universidade Estadual de
Maringá.
O local do esconderijo havia sido descoberto, neste momento
Rômulo se articula rapidamente para ter acesso ao espaço antes de Joana e Sol,
e justamente em um momento de descuido dessa sua pressa ele deixa passar um
descuido, a presença da marcação do símbolo da seita presente em seu calcanhar.
Sol não sendo burra nem nada reconhece o símbolo e desmascara Rômulo para a
Joana. E aí uma briga física acontece e Rômulo acerta Joana na jugular com uma
faca.
Desesperado e assustado Rômulo foge e Sol liga para a
polícia e conta quem havia a matado. Porém, Rômulo sendo o protegido da igreja
que acredita que ele tenha a matado por ter conseguido pegar o mapa, consegue
sair a salvo, o caso é arquivado e a morte esquecida como tantas outras naquele
momento histórico.
Rômulo, depois do acontecido, volta para a igreja para mais
um dia de trabalho, porém, neste meio período de fuga e sumiço dele, os
superiores descobrem seu envolvimento com os Iluminatti, Sol o havia denunciado,
e o matam.
Guiada pela sede de vingança contra a igreja católica, Sol
quer descobrir o documento, mas em contrapartida guiada pela proteção social
das crianças e dos adolescente ela decide por não desenterrar a caixa, porém
deixa um marco onde marcava no mapa o local. Em 1976, já a beira da morte, e
com o fim da ditadura, Sol decide fazer um marco onde acreditava estar a caixa,
que mais tarde foi tornado no memorial dos mortos do massacre do eldorado por
uma de suas seguidoras. E o mapa... elas o queimaram.
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