Capítulo II
No dia seguinte, Eduardo retornou ao escritório e iniciou o desenvolvimento do tão conturbado projeto, analisou elementos que o Senhor Malagueta exigiu na construção de sua casa noturna, após pesquisas e tentativas de elaboração o arquiteto infelizmente se deparou com um pequeno bloqueio de criação, então, teve a ideia de ir até o local onde seu projeto seria executado, apostando assim, na possibilidade, de que talvez, visualizar o espaço, pudesse lhe trazer algumas boas ideias. Eduardo sai do escritório e se direciona até o local, no caminho, começa a divagar sobre os arquivos que havia olhado noite passada, a arquiteta aparentemente desaparecida e seus trabalhos, encontrou algumas perguntas, em relação a sua ausência em projetos desenvolvidos recentemente e a pergunta que mais lhe incomodou foi, o porque ele havia sido “convidado” para esse novo projeto se a arquiteta anterior era muito mais experiente e premiada que ele ? porém, antes que essa pergunta o consumisse um pouco mais, Eduardo chegou no local, desceu do carro e olhou o terreno por alguns instantes, parado, com as pernas entre abertas e braços cruzados, em frente do terreno, Eduardo fitou todos os cantos e detalhes, dos escombros que havia ali, ainda estava uma bagunça, Malagueta havia dito, que os escombros seriam retirados na terça e que a partir daí, já poderia dar início a construção. Enquanto Eduardo olhava fixamente pelos escombros, seu olhar acabou se perdendo e seu pensamento começou a divagar e oscilar entre o que seus olhos viam e o que a sua mente se ocupava, que no caso, estava cheia de dúvidas sobre tudo que acontecera tão rápido, esse projeto arriscado, uma arquiteta desaparecida e aparentemente, um bloqueio criativo que o prendia a esse trabalho como em um cárcere, eduardo chacoalhou a cabeça, respirou fundo e decidiu adentrar o terreno, seus primeiros passos foram difíceis, estava tudo muito bagunçado, parecia que não tinha sido uma demolição muito agradável, ao caminhar um pouco sobre paredes, portas pedaços de móveis, eduardo se deparou com algo que parecia ter sido uma estante, pode ver que havia utensílios e objetos pessoais em meio a tudo aquilo, estranhou um pouco, mas não se ateve a isso especificamente, pois, encontrou alguns livros, e um deles tinha uma capa que lhe era familiar, não sabia exatamente onde tinha visto, mas lhe era familiar, se abaixou revirou de forma cuidadosa as partes que restavam dessa estante e sob um pedaço de madeira, encontrou um objeto, que em seu início parecia algo como um livro, porém, sua capa era toda preta, lembrava um moleskine que ele tinha quando fazia faculdade e adorava esboçar futuros projetos, ou até mesmo, desenhos que decidiu realizar em seu cotidiano, Eduardo, pegou esse livro e começou a folhear, notou que continha alguns desenhos e algumas coisas escritas, contudo, estava escurecendo e ele decidiu leva-lo para casa.
Anne Baliscke, Guilherme Mello, Mariana Silva e Vanessa Arnaut
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