Pt.3
Com medo do que poderia
acontecer, o bispo fez um fundo falso, no forro de sua mala de mão, de modo que
comportasse o labirinto, no entanto, a preocupação e a desconfiança
permaneceram, durante toda a viajem tanto Bruno, quanto Francesco seguiram em
silêncio, quase imóveis.
Depois de três horas, que pareceram mais uma
eternidade, os dois finalmente chegaram a Verona, desembarcando na estação,
Bruno pediu um carro e seguiu, juntamente com Francesco, em direção a casa em
que Arthur costumava a ficar. Quando bateu na porta ela rapidamente foi aberta
por uma das empregadas, que com a cara pálida e assustada, disse:
- Graças a Deus que vocês
chegaram como sabem do que está acontecendo? Bom, isso não importa, os boatos
correm cada dia mais rápido. Subam, Subam... Eu não sei mais o que fazer,
talvez consigam ajudar ou entender como tudo aconteceu.
Os dois, sem entender
absolutamente nada, seguiram correndo escada a cima. Antes mesmo de chegar ao
quarto, ouviam-se os gritos de Arthur. Quando puderam observar, o cardeal
estava de pé, em cima do colchão, aos berros.
- É IMPOSSIVEL, IMPOSSIVEL,
AQUELE VATICANO É O VERDADEIRO INFERNO, UM BANDO DE COBRA AMARRADA, UMA COMENDO
O RABO DA OUTRA! E VOCÊS? O QUE ESTÃO FAZENDO AQUI? EU SOU SEU REI, SE AJOELHE
A MIM!
Chocados com o que haviam
acabado de presenciar, Bruno e Francesco saíram do quarto em direção à sala,
sentaram no sofá, ambos sem expressão, estavam tentando compreender o que
acabará de acontecer.
- Eu não entendo Francesco,
tudo parecia normal, na carta que ele me mandou.
O jovem estendeu a mão,
pedindo a carta. Após observa-la por um tempo, disse:
- De fato, parece ter sido
escrita por Arthur, quando ainda tinha muita consciência. No entanto,
provavelmente ela ficou nas mãos de entregadores preguiçosos, foi escrita e
provavelmente enviada dia 20, hoje já é dia 25.
- Tudo bem meu amigo, mas
ainda assim, é pouco tempo para que um amigo fique tão doente, mesmo com a
idade avançada.
-Não me leve a mal senhor,
mas não passou pela minha cabeça que se trata de alguma doença. Durante os meus
estudos, inclusive os que faço para auxiliar suas pesquisas, soube de muitos
casos de envenenamento, que despertam sintomas parecidos com os de Arthur.
Matam aos poucos, mas antes, destroem.
- O que? Quem iria querer se
livrar dele? A casa tem vários empregados, que sempre comeram a mesma comida
que Arthur, envenenamento é improvável.
-Mas não impossível
Francesco chamou uma à
empregada que recebeu a eles dois
- Com licença, sem querer
atrapalhar, mas desde quando Arthur está assim? Você percebeu algo estranho
durante este período? Algo que pudesse explicar o que vem acontecendo?
- Meu senhor, nada de
interessante, muito menos de estranho acontece aqui, acredito que tudo isso
seja resultado da idade avançada, é normal, varias pessoas que conheço estão
caducas. Arthur começou a ficar assim faz uns três dias, é, foi isso mesmo!
Lembro-me bem, porque foi na noite em que recebeu a visita de um moço do
Vaticano.
- Moço do Vaticano?
- Sim, ele estava na cidade
de passagem para acompanhar a ordenação dos novos padres, então, veio visitar o
amigo, até trouxe presente!
- Que presente?
- O que mais poderia ser?
Uma bíblia, é obvio, não temos mais nem onde guardar. É sempre a mesma coisa
E saiu resmungando pelos corredores,
em direção a cozinha, ao mesmo tempo que Francesco correu escadaria a cima,
Bruno o seguiu tão rápido quanto podia. Chegando ao quarto de Arthur, em meio
aos berros, o jovem pegou com um lenço a bíblia, tirou de sua maleta um frasco
e jogou um liquido transparente sobre as paginas, rapidamente, uma fumaça foi
emanada, fazendo os olhos arderem.
- Arsênico! Eu sabia! Tão
previsível....
- Mas quem faria isso?
- Não sabemos quem, mas veio
do Vaticano, provavelmente seja por conta dos segredos deste labirinto e dos
rascunhos que o acompanham.
- Mas e agora meu jovem
amigo? Como faremos para desvendar isso tudo? Creio que não temos conhecimentos
suficientes para isso, e agora, diante a tudo que aconteceu pedir ajuda a mais
alguém está fora de cogitação.
- Fique tranquilo, seu amigo
provavelmente esperava por isso, o efeito do veneno deve passar nos próximos
dias, no entanto, não podemos esperar.
Acadêmicas: Ana C. Ribeiro Teixeira e Natália Tiemi
Nenhum comentário:
Postar um comentário