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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O MISTÉRIO DE LORA - Episódio VII



O MISTÉRIO DE LORA - Episódio VII

Conceito e execução da obra são de autoria dos acadêmicos Josiele Cardoso da Silva; Larissa Silvério Figueiredo; Monalisa Romanesi Santos; Thaís Joana Tito Gonçalves e Willyan Henrique Batosti da Silva.

Episódio anterior: http://dialogosarteciencia.blogspot.com.br/2017/12/o-misterio-de-lora-episodio-vi.html



Episódio VII: Em busca de Ilíada

Naomi pega consigo todas as pistas, coloca em uma mochila, acorda seus pais para avisar que terá que viajar de última hora e pede que eles a levam até a rodoviária. Essa era a última tentativa de Naomi desvendar a morte de Ellora, pois a essa altura temia pela sua própria vida. Naomi não tinha certeza de que Ilíada de fato residia nesse endereço, mas não podia deixar de tentar. Ela havia comparado a letra de Frederico e de Ilíada, e de fato elas não eram as mesmas.  Como a viagem iria demorar várias horas, decide tirar um cochilo. Ao acordar havia uma mensagem de Frederico na qual ele pediu se ela poderia devolver os postais para ele, para guardar de recordação. Naomi não se dá ao trabalho de responder, mas se toca que ele poderia rastreá-la por meio do celular. Então numa atitude desesperada, retira suas informações do aparelho e o joga pela janela.
Naomi nunca tinha ido a São Paulo antes, mas não estava muito interessada em pedir ajuda para estranhos, e apenas com a ajuda de um mapa consegue chegar ao local indicado, mas não era o endereço de uma casa e sim de uma livraria. Determinada em sua busca, entra e pergunta para uma das atendentes onde ela poderia encontrar uma moça chamada Ilíada. Infelizmente, indo em sentido contrário as expectativas de Naomi, a atendente lhe informa que não há ninguém com esse nome trabalhando na livraria. Naomi estava começando a pensar que o endereço não era verídico, quando começou a reparar em uma moça, de lindos cabelos pretos e cacheados, que estava sentada em uma das mesas com um caderno que possuía o mesmo desenho de um dos cartões postais que Lora havia recebido. Naomi se aproxima lentamente da moça:


Naomi: - Com licença, posso me sentar com você? Bom... sei que não me conhece, mas poderia me dizer se reconhece isto?
Naomi mostra os cartões postais para a moça que reage como se estivesse surpresa, e indaga:
 - É claro que conheço! Mas me espanta estar com você algo que foi endereçado para outra pessoa. O que quer comigo?! Cadê a Ellora?!
Naomi: -  Bom... sou amiga de Ellora, me chamo Naomi. Infelizmente a Ellora não está mais viva, aparentemente ela se suicidou, mas pra ser sincera, não acredito nisso.  Eu vim de Maringá até aqui para saber se pode me dar uma pista do que teria ocorrido com Ellora. 
Ilíada: -  Como eu posso acreditar em você? Talvez você possa tê-la matado! Ou ter sido enviada até aqui para me encontrar. Quem garante que você não a matou para conseguir esses cartões?!
Naomi: - A Lora me mandou uma mensagem com a localização dos cartões no dia em que morreu. Faz três meses que ela se foi e desde então estou investigando o que poderia ter ocorrido. Descobri nesse meio tempo que ela estava pesquisando sobre sinestesia compartilhada e que vocês duas possuíam uma ligação.
Ilíada: - Eu avisei na primeira vez que entrei em contato, que ela deveria tomar cuidado, mas ela não me ouviu! No início ela só pensava na sinestesia como algo voltado para suas produções, depois ela queria pesquisar sobre isso, mas de maneira cientifica, fazendo testes nela mesma e convidou um professor chamado Benjamin para orientá-la. Ellora era muito inteligente, mas também muito influenciável. O professor dela queria que ela me levasse até Maringá, para fazerem testes em mim também, mas ela não queria me entregar, logo eles começaram a pressionar ela, queriam fazer dela e de mim um experimento.  Tinha um tal de Frederico que se fazia de amigo dela, e quando ela descobriu que ele também estava envolvido nisso tudo ficou extremamente magoada. Frederico não era amigo de Ellora, era um hacker que roubava tecnologia de outras empresas e vendia clandestinamente. Ele foi contratado para se aproximar dela, colocar câmeras em sua casa e tentar roubar suas pesquisas do computador. De fato isso ele conseguiu, mas as provas da relação sensível entre Lora e eu, isso eles não conseguiram.
Ilíada: - Eles começaram a pressionar Ellora cada vez mais e mais, até que um dia ela não suportou. Ela tinha deixado o livro com os cartões postais na biblioteca, e precisava devolver os livros que estavam com ela, pois viria no dia seguinte para cá. Eu tinha combinado de esperar ela aqui no café, mas como sabe, ela não apareceu. Não sei ao certo o que aconteceu com Lora, mas tenho certeza de que, se alguém a matou, foi a mandado do professor Benjamin. E, provavelmente, se eles se aproximaram de você, também estará em perigo. Sei que são muitas informações para serem absorvidas, mas creio que elas não são nenhuma grande surpresa para você, afinal conseguiu me encontrar aqui. 
Ilíada: - Irei pedir um chá, você aceita um Naomi?
Naomi: - Aceito sim, obrigada, mas antes irei ao banheiro já volto.
Enquanto seguia em direção ao banheiro, Naomi refletia sobre as novas descobertas, Ilíada parecia dizer a verdade, finalmente Naomi estava certa de que havia descoberto o que tinha ocorrido com Ellora. Entretanto ela precisava ainda desenrolar alguns fatos, pois precisava provar a ligação do professor Benjamin a morte de Lora. afinal de acordo com o laudo policial ela havia se suicidado, como contestar um laudo policial e acusar o professor sem provas concretas. Desse modo faltava ligar mais alguns fios nessa história para conseguir provar que Ellora tinha sido assassinada. Naomi retorna à mesa e se sente confortável ao saber que Ilíada lhe esperava. Ao vê-la Ilíada menciona:
Ilíada: - Naomi fique tranquila irei te ajudar, mas antes disso; o seu chá chegou, prove um pouco, pode lhe acalmar.
Naomi: -  Obrigada! O chá está muito bom, do que é?
Entretanto antes mesmo de Naomi conseguir terminar sua pergunta, começa a sentir sua cabeça pesada e não conseguia mais manter os olhos abertos. Sentia que Ilíada estava-a deixando e havia alguém na porta, Naomi só conseguia ver o vulto daquele corpo, mas aquela silhueta não lhe era estranha. É claro, indagou ela, era de Ellora. Tentou gritar, mas só sentia seu corpo pendendo sobre a mesa. Passaram-se algumas horas, Naomi acorda, não sabia se de fato tinha visto Ellora, ou tudo aquilo não passara de uma imagem criada pelo efeito alucinógeno do chá. Sem saber muito bem o que havia lhe acontecido e quanto tempo havia se passado enquanto estava ali sozinha, Naomi permanece sentada na cama tentando compreender como havia vindo parar ali, quem a trouxe e que local era este.

Depois de se perder em seu pensamento, Naomi tenta voltar a realidade e percebe que aquele lugar desconhecido, era um quarto de hotel. Não possuía nada de familiar nele, a não ser os cartões postais que foram deixados cuidadosamente em cima de uma mesinha de estudo daquele quarto. O que a fez pensar que Ilíada deve ter levado ela até lá. Havia algo a mais naquele quarto, que não a pertencia, e também não fazia parte da mobília daquele cômodo; encima do criado mudo, ao lado da cama, tinha sido deixado um papel dobrado e selado com fita adesiva endereçado a ela. Ao abri-lo, para sua surpresa possuía a seguinte mensagem:

Naomi,
Estou bem. Cuida-se.
Beijos.
 712.01-780.981

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