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sábado, 9 de dezembro de 2017

Os Mistérios do moro do macaco: A carta

Capítulo I
Eduardo Brutinel, nasceu em 1989 na cidade do Rio de Janeiro, formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Rio De Janeiro – UFRJ. No ano de 2007 Eduardo foi premiado como um dos melhores arquitetos do Rio de Janeiro, e isso chamou muita atenção, toda dia ao chegar em seu escritório, ele se deparava com uma mesa cheia de cartas, que sua secretária, gentilmente recebia e as empilhava no canto direito de sua mesa, próximo ao computador, em meio a todos os convites de projetos e eventos importantes, Eduardo recebeu um em especial, todos os convites até o momento, chegavam em cartas oficiais, com um cuidado imenso, já que até o presente momento, ele era o arquiteto mais respeitado da região, porém não essa, ao olhá-la, Eduardo teve um breve momento de estranhamento, em meio a tantas cartas brancas, limpas, cartas que qualquer um teria vontade de abrir e se deliciar com o seu conteúdo, essa em especial, estava suja, mal feita, parecia ter sido dobrada às pressas, sem interesse algum em encantar o seu remetente à primeira vista, Eduardo ao pegá-la, exitou por alguns momentos, olhou fixamente para a única coisa que estava escrita naquele papel sujo e velho, em letras tortas e dignas de alguém sem familiaridade alguma com a escrita, em tinta preta, nove letras, “Malagueta”, finalmente, tomou coragem e resolveu abri-la, em seu interior continha uma outra folha, com poucas palavras, Eduardo estava se sentindo desconfortável,não sabia exatamente porque, mas aquela carta o incomodava, sentou-se, recostou suas costas na cadeira de seu escritório, respirou fundo e iniciou a leitura
Senhor Eduardo, sou o Malagueta, caso o senhor não tenha escutado falar de mim, sou o dono de inúmeras casas noturnas no Rio de Janeiro, acabo de esvaziar um terreno e gostaria de expandir meu negócio, vi o senhor no jornal e acho que seria uma ótima troca, eu adquiro uma nova casa noturna feita pelo melhor arquiteto do Rio e o senhor, poderá dormir tranquilo a noite, principalmente agora que o senhor está famoso, acredito que seria muito triste ir ao seu velório tão cedo, portanto, caso aceite o meu convite, me encontre, segunda feira,  rua das laranjeiras, nº 847, segunda as 18:00 h.


No primeiro momento após o choque com o conteúdo da carta, Eduardo pensa em avisar a polícia, porém, se o indivíduo é mesmo quem diz ser, deve ter contatos em meio aos departamentos de polícia, após pensar por alguns momentos, decidiu não ir, afinal, havia recebido uma carta sem remetente, praticamente o obrigando a ir em um lugar que para ele era desconhecido, ele parou, olhou no relógio, segunda feira 15:00 h, mas, e se fosse sério, e se o tal do Malagueta, realmente estivesse disposto a matá-lo ou qualquer coisa, que aparentemente, era tão assustadora quanto a primeira hipótese, sua testa começou a soar e sua mão estava fria, a gravata parecia mais apertada que o normal e a saliva não era engolida facilmente, Eduardo resolveu olhar em um mapa, onde exatamente era esse lugar, e descobriu que não era tão longe de seu escritório, estranhou porque, ao olhar pelo Google Street View, o local exato especificado na carta não estava vazio, havia uma casa no local, um pouco afastada, porém não parecia ser um bom lugar para se fazer uma casa noturna. Após pensar sem parar em inúmeras hipóteses e possibilidades, Eduardo decidiu ir, visto que, se ele fosse e tudo passasse de uma brincadeira de mal gosto, poderia ir até a sua casa tranquilo e sem preocupações, algo que ele estava se esforçando para acreditar, marcava 17:30 h em seu relógio, entrou em seu carro e dirigiu até o local, chegou 5 minutos antes do combinado, ao encontrar o lugar, ele viu que realmente estava vazio, mas que aparentemente havia sido demolido a antiga estrutura a pouco tempo, ao menos antes da última chuva, já que os resíduos de cimento que formam uma camada de poeira sobre os escombros, ainda se encontrava no lugar. Eduardo esperou, por mais exatos 15 minutos, como eduardo sempre foi apaixonado por números e marcações, ele detinha um enorme controle sobre o seu tempo, sempre marcando e racionando cada minuto, quando o relógio marcava 18:10, ao longe, podia-se avistar um carro indo em direção ao local, como o endereço indicado na carta se localizava no final da rua e por três quarteirões não havia uma construção sequer, era fácil identificar qualquer coisa que se aproxima-se, Eduardo estava inquieto e de certa forma extremamente nervoso, parecia já não mais acreditar que poderia ser uma brincadeira de mal gosto, e se fosse realmente verdade, será que a vida dele corria mesmo perigo? o que ele faria? como agiria? Antes que ele pudesse desenvolver um plano de ação, o carro parou ao lado do seu, e desceram quatro homens, altos e mal encarados, estavam vestindo ternos, mas apenas um vestia shorts e camiseta, Eduardo deduziu que esse indivíduo era o Malagueta, seu estômago estava embrulhado e sua mão tremia, os homens estavam vindo em sua direção, ao chegarem perto, malagueta o comprimetou e com um ar de poder, iniciou a relatar o que gostaria que fosse feito, após toda a explicação, Eduardo sentiu uma certa urgência em relação ao projeto e isso o instigou por alguns instantes, após Malagueta apontar todas as sua exigências e Eduardo perceber que ele não tinha muita escolha, apertaram as mãos e eduardo disse que  iniciaria o trabalho no dia seguinte. Ao chegar em casa, eduardo decidiu pesquisar mais sobre Malagueta, pesquisou todas as suas casas noturnas e notou que todas tinham uma linha estética muito semelhante, procurou nos registros on-line da prefeitura por quem tinha assinado os projetos das propriedades de Malagueta, ao olhar, ele pôde perceber que todos os projetos eram de uma mesma pessoa, Georgia Benner, aparentemente uma grande arquiteta, formada na mesma universidade que ele e ganhadora de vários prêmios, porém, ao entrar em suas redes sociais e pesquisar por entrevistas e novos projetos, não encontrou nada, Eduardo estranhou, porque alguém como ela, não ficaria uma semana sem projeções de grandes projetos, eduardo respirou, olhou o celular, já era tarde, decidiu continuar sua busca depois, afinal, ainda tinha que iniciar um grande projeto pela manhã e precisava descansar, o dia já tinha sido longo demais.
Anne Baliscke, Guilherme Mello, Mariana Silva e Vanessa Arnaut

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