As abominações cometidas pelos nazistas no holocausto e os crimes de guerra jamais deixarão de existir como uma cicatriz escarificada na história da humanidade. Após a derrota do exército de Adolf Hitler na gélida Rússia, e do declínio do partido nazista alemão, com sua extinção em 1945 (ano que culminou o fim da Segunda Guerra Mundial), começou-se o período conhecido como Guerra Fria. Com a derrota da Alemanha, a grande Rússia pode estender suas relações na reconstrução da Europa, que estava completamente despedaçada pelos conflitos armados.
No sistema Gulag durante o regime da União Soviética, prisioneiros políticos e criminosos de guerra eram forçados a viver em campos de trabalho forçado, diferentes dos campos de extermínio eugenistas alemães. A Sharashka era o nome dado ao laboratório informal de pesquisas do serviço secreto, no qual trabalhavam cientistas prisioneiros vindos dos campos de trabalho, para servirem ao estado com seus conhecimentos e nos avanços tecnológicos.
Emblema da KGB, organização do serviço secreto da União Soviética.
Nesses campos, muitos estudiosos russos e alemães viviam em condições exploratórias nesses laboratórios. Muitos cientistas alemães foram exilados pelas suas pesquisas, e foram perseguidos pelos nazistas. Por exemplo, os descendentes de Heinrich Hertz, o grande estudioso alemão da física eletromagnética, tiveram que fugir da Alemanha por perseguições políticas do partido.
Havia interesses dos nazistas nas pesquisas cientificas produzidas nos territórios do Terceiro Reich, principalmente pelo potencial bélico do desenvolvimento tecnológico. Todo conhecimento produzido em solo alemão deveria estar a serviço do Fuhrer, e muitos cientistas alemães que se recusaram a colaborar com o partido nazista, fugiram e foram parar em campos de trabalho forçado como presos políticos.
Inventor, músico e espião soviético Lev Sergeyevich Termen (1896 – ?)
Numa das salas deste laboratório, um jovem inventor russo apaixonado por música, mostrava sua engenhosidade com os experimentos mais recentes já realizados sobre estudos do som e sobre efeitos óticos a partir do uso da eletricidade.
Seu nome era Лев Сергеевич Термен, mas preferia o modesto apelido Léon T. Desde criança, Léon era um aficionado pela potência sonoras das marchas do partido comunista, e seu interesse por instrumentos musicais o inspiraram ao inatingível, um instrumento que pudesse ser tocado sem as mãos. Também era um grande conhecedor de música clássica, sendo um grande admirador de Beethoven e de Tchaikovsky.
O inventor construiu vários dispositivos tecnológicos que lhe deram notoriedade como físico e cientista do partido comunista soviético, surgindo graças ao seu desempenho uma oportunidade de expor suas invenções nos Estados Unidos, numa ação conjunta ao serviço secreto russo.
Dispositivo de espionagem encontrado em brasão dos Estados Unidos, presente dado ao diplomata americano W. Averell Harriman, pela União Soviética em 4 de agosto de 1945.
Sua tarefa consistiria em desenvolver um dispositivo de espionagem para extrair informações sobre os planos de guerra dos americanos. A intensão de sua viagem ao ocidente estava relacionada aos interesses do partido comunista russo, porém no trajeto, o inventor conheceu o amor de sua vida, uma jovem virtuosa instrumentista chamada Clara Rockmore, uma descendente bastarda de uma rica e influente família de banqueiros, os Rockfellers.
Rockmore e Léon T.
A música uniu o casal, que compartilhavam os mesmos anseios sobre a capacidade da música em influenciar as emoções e os sentimentos nas pessoas, e ambos acreditavam que o conhecimento sobre essa propriedade da música não deveria ser restrito.
Clara conhecia as relações da família Rockfeller com as organizações mundiais secretas, que por meio da indústria cultura e da publicidade, manipulam o mercado e a rotatividade monetária global.
A última vez que os dois foram vistos juntos foi durante a apresentação do russo Mikhail Baryshnikov nos Estados Unidos em 1974, quando o bailarino se opôs ao regime popular social, pedindo asilo político fora de seu país.
Não se sabe até hoje o que aconteceu com o casal de músicos, nem para onde foram. Alguns acreditam que eles foram pegos pela Nova Ordem Mundial, outros dizem que eles se juntaram a organização.
O que sabemos é que antes de sumirem, Léon T. vendeu a patente de seu instrumento musical, que recebeu o seu nome, a uma das maiores gravadoras de discos do mundo. Existe uma história que conta que o inventor investiu todos seus recursos em novos estudos sobre a manipulação das ondas, e que a sua busca pelo inatingível, traspôs-se para a busca pela imortalidade.
Acadêmico: Yan Kimura.
Acadêmico: Yan Kimura.
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