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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O MISTÉRIO DE LORA - Episódio VI




O MISTÉRIO DE LORA - Episódio VI

Conceito e execução da obra são de autoria dos acadêmicos Josiele Cardoso da Silva; Larissa Silvério Figueiredo; Monalisa Romanesi Santos; Thaís Joana Tito Gonçalves e Willyan Henrique Batosti da Silva.

Episódio anterior: http://dialogosarteciencia.blogspot.com.br/2017/12/o-misterio-de-lora-episodio-v.html


Episódio VI: A versão de Frederico





Frederico conta que Ellora estava tão focada e obstinada em provar que pessoas podiam se conectar de forma sensível e queria transmitir isso em suas produções artísticas, que ela começou a ficar cada vez mais excluída do mundo, só se comunicava comigo por meio da Ilíada, passava a maior parte do tempo trancafiada no seu quarto ou na biblioteca. Parecia fanática por estar tão focada em algo, e ao descobrir que eu e Ilíada éramos a mesma pessoa, entrou em surto.
Frederico: - Eu coloquei câmeras no quarto de Ellora para conseguir colher informações e tentar me aproximar dela novamente, por isso criei a Ilíada. Como estudo de engenharia da computação, tentei colher informações hackeando o computador dela, mas esperta como era, possuía chaves de segurança avançadas e provavelmente não mantinha muitas informações no seu computador sobre o quê e com quem pesquisava.
Naomi: - Como assim com quem pesquisava?
Frederico: - A pesquisa de Ellora não era individual, esse era outro ponto que eu estava tentando descobrir, mas foi uma tentativa falha da minha parte. Como eu não sabia com quem Ellora pesquisava e seu computador possui uma tecnologia bem avançada, resolvi me comunicar com ela de maneira mais arcaica, pois assim seria mais difícil dos sinais da nossa comunicação ser interceptados; mantendo minha verdadeira localização (Maringá) em segredo.
Naomi: - Você realmente não faz ideia de quem eram essas pessoas com as quais Ellora trabalhava? Ainda tem os cartões que Lora mandou para você?
Frederico: - Bom, quando Ellora apareceu morta, fiquei com medo e queimei todos os cartões. Mas em um deles ela me disse que tinha o professor Benjamin como orientador, e talvez devêssemos procurá-lo para conversarmos. Ele ministra aula hoje, se não me engano.
Sendo assim, Naomi concorda com a sugestão de Frederico e eles resolvem ir para as aulas do Professor Benjamin. Ambos chegaram quando a aula estava quase no final. Assim que terminou, eles perguntaram se ele teria um tempinho para conversar. A convite do professor, foram juntos para sua sala. Ao se acomodarem, Naomi começou a conversa com perguntas norteadoras mais sutis - questionando sobre como Ellora era em sala, se ele tinha ficado sabendo de sua morte, se havia percebido algum comportamento estranho nos últimos dias, até que finalmente questionou o que realmente queria saber: sobre o que Lora estava pesquisando, e se era ele o orientador dela.  O Professor muito atencioso, respondeu todas as perguntas de Naomi, sem demostrar muito nervosismo ou coisa do tipo. Ao ser questionado, disse que:
Professor: - A pesquisa da Ellora era muito interessante, se é que fosse verdade, pois Ellora não estava pesquisando nada, já que não conseguiu o financiamento para isso, ela acreditava que poderia provar que existe sinestesias compartilhadas, mas nunca me apresentou nada sobre isso. No dia de sua morte, ela me enviou uma mensagem pedindo para que eu viesse até a universidade, mas já era tarde e neguei o convite. Lora estava com sérios problemas, estava tendo alguns surtos psicóticos. Acho que todas essas questões de sinestesia não passaram de uma invenção de uma mente conturbada.
Naomi: - No dia da morte da Lora ela me enviou uma mensagem, com uma sequência de números que levava a três cartões postais, na qual falavam sobre sinestesia. Ela estava com eles no dia em que morreu, acho que queria mostrar eles para você, mas os cartões não eram reais, Ilíada era uma invenção de Frederico para conseguir se aproximar de Ellora.
Professor: - Compreendo. Deve ser por isso que ela estava tão certa de suas pesquisas e pediu para que eu viesse até aqui. Mas é uma pena que ela tenha se suicidado por não saber lidar com a frustração.
Naomi: - O senhor ainda tem a mensagem que Ellora lhe enviou?
Professor: - Lamento querida, mas meu celular não tem uma memória muito espaçosa então tenho que apagar as mensagens que recebo constantemente. Bom... já está quase na hora de eu voltar para sala, então... foi um prazer conhecer vocês. Lamento por não conseguir ajudar muito, e acredito que você deva deixar essa história quieta, Naomi, às vezes é melhor aceitar as coisas como elas são.
Naomi: - Obrigada!
 Frederico e Naomi não conversaram muito durante a volta, ele insistiu em levá-la até sua casa, pois já era noite e ele estava de carro. Ao chegar onde Naomi tinha dito que era seu endereço, ela pede para que ele escreva em sua agenda seu nome completo e seu telefone, pois ela iria trocar de celular e não queria perder o contato com ele. Agradeceu pela ajuda, mas não iria mais investigar sobre a morte de Ellora.
Ela ficou acenando até que Frederico fosse embora e então se dirigiu ao ponto de ônibus. Durante o percurso no carro, ela veio pensando sobre como era parecido o que Frederico e o professor tinham dito sobre o estado mental de Lora, mas para Naomi, Ellora estava muito confiante, afinal ela tinha os cartões, mandou a localização deles por mensagem, e ainda Frederico disse que Lora tinha descoberto que ele e Ilíada eram as mesmas pessoas, então porque ela tinha ido até a biblioteca com aqueles cartões? E ainda tinha a mensagem do professor? Ele disse que seu celular tinha pouca memória, mas isso era mentira o celular dele era da Asus, ela já tinha visto daquele celular para comprar e ele possuía 6 GB de memória RAM e 64 GB de memória interna. Ela sabia que eles estavam mentindo para ela, por isso ela não quis que Frederico a levasse até sua casa, entretanto como ele insistiu ela acabou cedendo e foi com ele.  Naomi comenta com Frederico que iria trocar de celular, então antes de se despedir pede para que ele escreva seu nome e o número em um caderninho. Ela tinha o intuito de comparar a letra dele com a de Ilíada, para ver se de fato eram a mesma pessoa, entretanto as letras eram muito distintas e a essa medida ela até suspeitava se de fato ele e Ellora um dia realmente  foram amigos.  

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